Mundo Mulher

Turismo GLS decide "sair do armário"

Turismo GLS decide "sair do armário"


24/08/2012


O público GLS saiu do armário de uma vez e o turismo está investindo pesado em campanhas para atrair viajantes GLS, tratando-os com prioridade, alegria e principalmente respeito.
 
Países como EUA, França, Alemanha e Holanda "saíram do armário". Investem em campanhas oficiais para atrair viajantes GLS, tratando-os com prioridade, alegria e respeito. Têm escritórios de promoção de turismo com funcionários exclusivos para atender o mercado de gays e lésbicas e se autodenominam "gay-friendly", receptivos e de braços abertos para acolher esses turistas.
            Embora imprecisos, os volumosos números sobre perfil, gastos e hábitos do turista GLS fazem brilhar os olhos de quem está atrás desse dinheiro dito "cor-de-rosa". Nos EUA, uma pesquisa aponta que gays e lésbicas movimentam mais de  US$ 60 bilhões na indústria do turismo por ano. O turismo GLS cresce 20% ao ano em todo o mundo, segundo as empresas especializadas nesse segmento. Viajantes gays e lésbicas permanecem mais tempo nos destinos turísticos, o dobro de um hetero. Fazem de três a quatro viagens durante um ano e, além disso, gastam 30% a mais.
Segundo o Diretor-Executivo da Portal Group Rio, agência e operadora de turismo, com quatro filiais no Brasil  e uma na Austrália, Antônio Ribeiro, a empresa montou um programa especial para proporcionar ao segmento diversos roteiros internacionais e nacionais. “No Brasil, a Embratur não tem uma campanha para divulgar o país como destino GLS no exterior, e as iniciativas das secretarias de Turismo de Estados como Rio, São Paulo, Bahia e Amazonas dão os primeiros passos para fora do "armário" diz o empresário.
Enquanto isso, as primeiras medidas são vistas numa iniciativa pioneira em São Paulo, com a  Abrat (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes; www.abratgls.com.br, que reúne cinco agências especializadas e a rede Othon. O objetivo é qualificar o setor turístico através do treinamento, ensinando-o a lidar com gays e lésbicas de forma natural, sem "bas-fond" e com respeito, para que o Brasil seja reconhecido como um destino "gay-friendly".
         A falta de habilidade no trato com o gay ou lésbica é comum. Ao pedir um quarto para casal, o decorador Wilson Nunes, 53 anos, ganhou um com duas camas de solteiro em Santos (SP), quando a recepção viu que seu acompanhante era um homem.
         Na questão do turismo GLS, há quem o confunda com o turismo sexual, ou a "caçação". "As pessoas ainda ficam cheias de dedos É preciso acabar com o preconceito e entender que esse tipo de negócio não tem nada a ver com turismo sexual", diz Antônio Ribeiro, lembrando que desde que a Portal Group resolveu operar com pacotes GLS, passaram a estudar o segmento para atuar rompendo barreiras e fornecer rotas interessantes e, inclusive, receptivos para turistas gays que querem conhecer o Reveillon do Rio, o carnaval do Brasil e até mesmo a Amazônia.
 

"Gay-friendly"

         Philipe Ribeiro, responsável pelo Portal Movie, um dos segmentos da Portal Group direcionado para festas e eventos, diz que na lista das cidades queridinhas e receptivas para o público  GLS estão São Paulo, Camboriú e Florianópolis (SC), Rio e Salvador, Juiz de Fora, Ouro Preto e Mariana, em Minas Gerais, e Parati, no Rio, essa última considerada super "friendly". “O Rio é mais procurado por estrangeiros, em busca não só de um destino GLS, mas também das paisagens mundialmente famosas da cidade. O turista nacional ruma para outras paragens, já a noite gay do Rio é bem menor, por exemplo, que a de São Paulo” diz o jovem empresário que pensa em trazer grandes festas e eventos gays ao Rio, assim como levar turistas gays do Brasil para festas e eventos fora do país”. Segundo ele, as Paradas Gays de Nova Iorque e El Salvador, assim como Miami Beach, Fort Lauderdale (Flórida) e San Francisco (Califórnia) dividem espaço em sites de turismo gay com Buenos Aires, Praga, Budapeste, além de Amsterdã e Londres, e de países como África do Sul e Austrália. “O que faz esses lugares serem tão procurados, são o ambiente democrático, a diversidade, vida noturna agitada, artes, cultura, arquitetura e privacidade” explica Philipe Ribeiro, explicando que para um lugar entrar na lista negra do turismo GLS não é preciso muito esforço. “A propaganda desse público é muito no boca a boca. Se um gay é maltratado em algum lugar, em pouco tempo a comunidade toda fica sabendo e, claro, cortam este roteiro de suas vidas”, finaliza.
 
Serviços:
Av. das Américas, 700, Lj 210 D – Shopping Cittá América
Tel.: 2132-8440 / 2132-8442
 
Michelle Azeredo - dmc21@dmc21.com.br

Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja